Pandemia

Pelotense que mora na Holanda conta sobre a nova rotina no país

O país já soma mais de 12 mil infectados e mil mortes

Divulgação -

A Holanda é um dos poucos países europeus que ainda não adotaram o lockdown - popularmente falando é o famoso "fecha tudo". Por lá, a medida adotada é o distanciamento social com a intenção de promover a imunidade coletiva, mas mesmo assim, lojas, restaurantes e pubs estão fechados. Até o momento, o país soma mais de 12 mil infectados e mais de mil mortes.

A dentista pelotense Daniela van Loenen mora junto do marido e dois filhos, em Dordrecht, uma cidade que fica a 95 quilômetros da capital Amsterdam. Em isolamento desde o dia 9, a família sai de casa somente para o essencial: farmácia e supermercados. Os filhos Leon, 12, e Júlia, sete, estão longe da escola desde o dia 16, mas mantêm as atividades dentro de casa. Ela conta que até as primeiras medidas serem tomadas a rotina deles era de uma família comum, que se dividia entre trabalho, afazeres domésticos e cuidado com as crianças. No último dia 13, o primeiro-ministro, Mark Rutte, anunciou o fechamento de escolas, universidades, comércio, cafés e restaurantes. "Eles pregam que o lockdown deixa a população mais suscetível ao vírus quando volta à vida normal", contou, explicando que caminhadas ao ar livre ainda são permitidas, desde que a distância entre as pessoas seja de 1,5 metro e que não seja formado nenhum tipo de aglomeração. "O povo holandês está se mostrando obediente e unido para enfrentar a pandemia", afirmou.

Na hora de ir ao mercado, o cuidado é redobrado. Os carrinhos e as cestas são higienizados frequentemente pelos estabelecimentos, além de reservar um horário especial para os idosos e também controlar o número de clientes dentro de cada local. A primeira orientação divulgada pelo governo holandês é que as medidas durariam três semanas. Na última terça-feira o prazo foi prolongado por mais três, estendendo-se até o dia 28 deste mês. "Não temos a certeza que será vida normal de forma gradual ou se o distanciamento será prolongado mais uma vez", disse Daniela.

Sobre a questão econômica no país, a dentista afirma que não está nada bem, assim como a de outras nações. "Mas a Holanda é um país forte, que tem uma boa reserva", acredita. Além disso, o governo está disposto a auxiliar o povo através de planos e medidas econômicas. "O que está acontecendo hoje é a pior crise depois da segunda Guerra Mundial", completou. No total, o país já acumula mais de 800 mil desempregados. Mas por trás de tudo isso, muitas boas ações estão surgindo, como por exemplo, a entrega de alimentos a famílias com situação financeira complicada e a fabricação de cartões, através das mãos das crianças, para aconchegar os idosos de asilos que estão proibidos de receber visitas de familiares e amigos.

A família van Loenen mora em bairro tranquilo, mas mesmo assim já sente falta das idas e vindas das crianças pelas ruas e do barulho dos carros. A cidade vazia é o cenário atual da Holanda. "É uma sensação estranha", desabafou a dentista, que torce que o país que lhe abriga há quase dois anos não apresente uma situação parecida com a da Itália. A primeira semana foi de adaptação de uma nova rotina. "Tivemos que buscar um novo cotidiano para a casa." Ao mesmo tempo, a mãe do Leon e da Júlia garante que nada é melhor do que estar próximo nesse momento. "Isso fortalece os laços da família", acredita. Mesmo longe de Pelotas desde 1996, passar por uma pandemia global longe dos pais não é uma tarefa fácil. Daniela conta que fala com os familiares daqui diariamente e o pedido é sempre o mesmo: "Cuidem-se". Para o futuro, o desejo é que tudo passe rápido e tanto os daqui como os de lá sigam bem e com saúde.

 

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